quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Lolita - Vladimir Nabokov

Eu estava ansiosa para escrever sobre este livro. Confesso que já tinha ouvido falar dele mil e cinco vezes, inclusive eu sabia a história, mas até então eu nunca havia lido ele antes na vida.
Foi um pouco ardiloso lê-lo, confesso que precisei parar minha leitura mais de uma vez, me despir de preconceitos e focar apenas na história.
Confesso também que depois de decidir focar apenas na literatura, algumas vezes me peguei torcendo pelo protagonista.
"Senhoras e senhores do júri, a prova numero um é aquilo que os serafins - os mal informados, simples e alados serafins - invejavam. Olhai este emaranhado de espinhos."
Humbert Humbert é um intelectual francês, respeitado, mas que tem uma grande obsessão por jovens.Um dia conhece a menina que mudaria radicalmente sua vida e então se apaixona perdidamente por Lolita, uma menina de 12 anosA história é cheia de detalhes, e autor não deixa escapar nenhum deles; tudo é muito descrito, detalhado, o que transmite ao leitor a sensação de vendo a cena narrada. 
O mais angustiante em minha opinião é o fato do protagonista saber o tempo todo que seu romance com Lolita é condenável. Do início ao fim o leitor sabe que aquilo tudo só poderá acabar numa tragédia; Humbert pressiona, sufoca, exige de Lolita, mais do que qualquer um suportaria, até sua proteção à menina é sufocante, é uma superproteção que causa um certo "medo", ele se mostra desesperado. Todo esse comportamento do protagonista vai mostrando ao leitor uma certa insanidade naquele personagem, e isso vai ficando cada vez mais forte, até beirar a loucura.
No início parece que Lolita é uma vítima de Humbert, contudo, aos poucos ele é que se torna a vítima dela, sofre por suas exigências, seus caprichos. E preciso comentar que a menina é absolutamente geniosa, daquelas que quando quer algo, quer na hora e deu. Neste ponto é que há esta inversão que comentei anteriormente, ela manipula-o.
O livro foi duramente criticado, pois muitos acreditavam que fazia apologia a pedofilia. O livro é intenso, tudo que Humbert sente, ele o faz com intensidade. O "sexual" do livro não está atos, mas na ideia da proibição da relação deles.
Para compreender de fato toda angustia deste clássico é mais do que necessário que se leia. Fica a minha indicação de leitura dessas férias.

(:


Um comentário:

  1. "O que eu ouvia era simplesmente a melodia de crianças brincando, nada senão isso, (...) e compreendi, então, que o que havia de desesperadoramente terrível não era a ausência de Lolita a meu lado, mas a ausência de sua voz naquele coral."

    ---------
    Essa frase encerra não só a confissão de culpa de um criminoso, mas, também, sua absolvição.

    ResponderExcluir