domingo, 19 de dezembro de 2010

Feliz Ano Velho - Resenha

E daí desse título totally crazy?
É que este é o título de um livro muito legal que eu decidi comentar. Estávamos mamis e eu passeando por sebos em caxias city, até que eu vi o título em um prateleira, e como a mamis sempre fala muito desse livro mostrei pra ela. Eu nunca tinha lido, mas foi um livro que marcou a vida dela. Na hora ela comprou e disse que era pra eu ler, porque o livro tinha uma sacada genial e mimimimi...
Enfim, eu trouxe o livro, e comecei a lê-lo.

A história começa num fim de ano, dia 14 de dezembro de 1979, para ser mais precisa, com um mergulho mal dado. O cara super se joga de cabeça, num lago, e quebra a quinta vértebra cervical. Esse cara não é ninguém menos que Marcelo Rubens Paiva, o escritor do livro (que é real).
"Subi numa pedra e gritei:
- Aí, Gregor, vou descobrir o tesouro que você escondeu aqui embaixo, seu milionario disfarçado.
Pulei com a pose do Tio patinhas, bati a cabeça no chão e foi aí que ouvi a melodia: biiiiiiin. (...)"
A partir daquele pulo mal dado ele começa a contar a historia dele, tocava guitarra, fazia agronomia, pegava muita mulher, tinha uma banda, e mais mil e cinco coisas. Contudo, as coisas mudaram pra ele, e nem ficar sentado o cara pode no primeiro momento. Todas as mudanças que aconteceram com ele após o seu incidente são muito em detalhadas. O autor mescla lembranças, que contam como era sua vida, com a realidade de como ela está.
Possui um charme atípico, talvez por conta das gírias dos anos 80, talvez por fazer o leitor vivenciar com ele, o Marcelo, todo o drama de um cara que era saudável demais e agora está numa cadeira de rodas. Ele não poupa nada, nem a sonda no pênis.
"Acordei. De um lado um caninho com um líquido amarelo que entrava na minha veia; do outro, um com sangue. Na boca, um acoplado, aqueles aparelhinhos de respiração artificial que já conhecia do 'Fantástico'. Muito eficiente, fechava a boca com a língua, mesmo assim o ar entrava. Tinha uma sanfoninha pendurada que enchia e esvaziava. Assoprava e ela nem se tocava, enchia e esvaziava...
Fiquei curtindo o bicho; como é gostoso respirar sem fazer força, enchia e esvaziava...(...)"
Dramático e chocante. Passei metade do livro esperando ou um final super feliz, ou uma lição de moral; nem um dos dois aparecem. O que fica é uma visão diferente, talvez uma esperança.
Vale a pena ler, e descobrir com o Marcelo essa vida nova, que é apresentada pra ele e para o leitor ao mesmo tempo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário