Sou uma pessoa boa na maior parte do tempo. Costumo ajudar ao próximo em tempo quase integral, seja renovando um livro para um estudante desesperado ou desapegando de roupas e calçados para pessoas mais necessitadas; entretanto, as vezes, no íntimo, desejo que algumas pessoas explodam. Sim, isso mesmo caro leitorinho, ex-plo-dis-sem, assim sem mais nem menos, e tenho certeza de que não estou sozinha com este desejo um tanto cruel.
Exemplifico para tornar mais claro: descobri, tem umas três semanas, um café no centro de Porto Alegre, que se tornou uma espécie de refúgio pós-academia para mim. Tem lá uma salada de frutas gostosa, um suco de laranja fresquinho e uns salgados de sabores inusitados e baixa caloria (me iludo um pouco neste aspecto). O lugar é calmo e limpo, o que faz dele o perfeito refúgio, como falei anteriormente, para relaxar tanto os músculos quanto o cérebro, antes de ir trabalhar. Eis que segunda passada enquanto eu tomava meu suquinho amigo, minutos antes de trabalhar, relaxando e curtindo, entra uma senhora agitada, falando absolutamente alto e ininterruptamente, até com as frutas artificiais que compunham a decoração. Agora realize: eu estava tendo alguns minutos de silêncio e paz em meio a uma metrópole turbulenta, barulhenta e nojenta (aula de poesia, a gente vê por aqui), quando entra uma matraca que engoliu um megafone!
Não era muito a minha exigência: QUINZE MINUTOS, não mais do que isso, de silêncio; qual foi então a primeira coisa que pensei??? Por que essa pessoa não explode? (Why God?!)
Você me julgaria uma pessoa má por este desejo? Má de fato é a citada senhora, que invade verbalmente o espaço de todos que lá estavam!
Confesso, porém, que esse sentimento de autocombustão humana (foi a primeira coisa para definir que me veio à mente), as vezes se manifesta com alguma frequência: com o colega chato participativo da aula de inglês, com a caixa do Zaffari que debochou da minha nota de dois reais, do parente que pergunta se eu tô grávida ao constatar que eu estou gordjiiinha e assim por diante.
Agora confesse você, não seria bacana se existisse a autocombustão humana para pessoas desagradáveis, chatas e/ou inconvinientes inconvenientes? A minha vida certamente seria mais feliz, a tua vida também seria mais feliz, o mundo seria um lugar bem mais feliz.
* Ai Bruna... aqui no trabalho temos tb aqueles visitantes ocasionais que vem para fazer uma longa sessão de terapia coletiva! São poucos, mas marcantes... exigem a atenção de 100% da equipe e não entendem quando temos trabalhos atrasadíssimos para entregar e não podemos parar tudo para falar da morte da bezerra... dá vontade de fugir!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirAí concluo que são pessoas solitárias, por alguma razão ficaram sem amigos, e aproveitam qualquer saidinha, mesmo que seja a feira, para tagarelar sem parar!