quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Autocombustão humana

Sou uma pessoa boa na maior parte do tempo. Costumo ajudar ao próximo em tempo quase integral, seja renovando um livro para um estudante desesperado ou desapegando de roupas e calçados para pessoas mais necessitadas; entretanto, as vezes, no íntimo, desejo que algumas pessoas explodam. Sim, isso mesmo caro leitorinho, ex-plo-dis-sem, assim sem mais nem menos, e tenho certeza de que não estou sozinha com este desejo um tanto cruel.
Exemplifico para tornar mais claro: descobri, tem umas três semanas, um café no centro de Porto Alegre, que se tornou uma espécie de refúgio pós-academia para mim. Tem lá uma salada de frutas gostosa, um suco de laranja fresquinho e uns salgados de sabores inusitados e baixa caloria (me iludo um pouco neste aspecto). O lugar é calmo e limpo, o que faz dele o perfeito refúgio, como falei anteriormente, para relaxar tanto os músculos quanto o cérebro, antes de ir trabalhar. Eis que segunda passada enquanto eu tomava meu suquinho amigo, minutos antes de trabalhar, relaxando e curtindo, entra uma senhora agitada, falando absolutamente alto e ininterruptamente, até com as frutas artificiais que compunham a decoração. Agora realize: eu estava tendo alguns minutos de silêncio e paz em meio a uma metrópole turbulenta, barulhenta e nojenta (aula de poesia, a gente vê por aqui), quando entra uma matraca que engoliu um megafone!
Não era muito a minha exigência: QUINZE MINUTOS, não mais do que isso, de silêncio; qual foi então a primeira coisa que pensei??? Por que essa pessoa não explode? (Why God?!) 
Você me julgaria uma pessoa má por este desejo? Má de fato é a citada senhora, que invade verbalmente o espaço de todos que lá estavam!
Confesso, porém, que esse sentimento de autocombustão humana (foi a primeira coisa para definir que me veio à mente), as vezes se manifesta com alguma frequência: com o colega chato participativo da aula de inglês, com a caixa do Zaffari que debochou da minha nota de dois reais, do parente que pergunta se eu tô grávida ao constatar que eu estou gordjiiinha e assim por diante.
Agora confesse você, não seria bacana se existisse a autocombustão humana para pessoas desagradáveis, chatas e/ou inconvinientes inconvenientes? A minha vida certamente seria mais feliz, a tua vida também seria mais feliz, o mundo seria um lugar bem mais feliz.

Um comentário:

  1. * Ai Bruna... aqui no trabalho temos tb aqueles visitantes ocasionais que vem para fazer uma longa sessão de terapia coletiva! São poucos, mas marcantes... exigem a atenção de 100% da equipe e não entendem quando temos trabalhos atrasadíssimos para entregar e não podemos parar tudo para falar da morte da bezerra... dá vontade de fugir!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Aí concluo que são pessoas solitárias, por alguma razão ficaram sem amigos, e aproveitam qualquer saidinha, mesmo que seja a feira, para tagarelar sem parar!

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