sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Alguns Escritos

Desde criança eu aprendi que perdoar é esquecer. Muitas vezes, quando eu fazia (e faço) coisas erradas, que necessitam de perdão eu digo isso, perdoar significa esquecer. Até aí tudo bem, quando a coisa é de um lado. Na real aprendi também que perdão é como se fosse uma 'corrente', pois você fica acorrentado a outra pessoa pelo rancor, mágoa e tudo mais que sente por conta daquilo que sofreu, até decidir perdoar, porque para mim é questão de decisão, e então esquece, porque perdoar é esquecer.
Entretanto quando a coisa é contrária complica, quando você foi magoado, você foi ferido, você é quem sofre, perdoar não é tão simples. Pode ser que você queira MUITO, de todo coração, com toda vontade do mundo perdoar a pessoa que te fez algo, mas é difícil esquecer, apagar quilo que passou é 'semi-impossível'. Admiro aqueles casos onde pais perdoam os assassinos de seus filhos e coisa e tal, mas para mim não parece normal.
Já precisei pedir perdão muitas vezes na vida, e precisarei pro resto dela, porque sou humana, portanto absolutamente falha. Mas quando falham comigo, eu perdoo, contudo quase nunca esqueço. Por mais esforço que eu faça, por mais empenhada que eu esteja nisso, volta e meia fecho os olhos e lembro cada palavra.
E não é por não ter perdoado, porque até restabeleci a relação anterior, voltou a ser aquilo quer era, porém parece que meu sub consciente me prega pequenas peças, do nada, toca uma música, uma fala aleatória que me lembra aquelas coisas que tanto me fizeram sofrer.
Jamais comento ou trago a tona o assunto novamente com a pessoa que perdoei, mas aquilo fica... e não faz bem.Como é irônico o comportamento humano, sofremos se não perdoamos, porque mantemos fresco em nossa mente aquela dor, e sofremos também quando decidimos perdoar, quando queremos que isso seja apagado, volta e meia as lembranças voltam, e trazem aquela sensação amarga novamente; dá vontade de chorar, mas não sei se é valido, afinal para a outra pessoas aquilo foi bem resolvido e a mesma acredita que não há mais problema.
E assim ficamos, tentando apagar mágoas passadas, ou fingindo que elas não existem mais, mesmo quando nos assombram até em pesadelos. Limitações do ser humano são incríveis não é mesmo? Isso me lembra aquele filme 'Brilho eterno de uma mente sem lembranças', poderia ser a melhor coisa do mundo se pudéssemos apagar apenas as coisas que nos fazem sofrer, e manter as lembranças boas, afinal, numa relação geralmente há mais coisas boas do que sofríveis.

Bru(:

Nenhum comentário:

Postar um comentário