Só algumas ideias...
O
estruturalismo literário surgiu, na década de 1960, com o intuito
de aplicar os métodos e interpretações de Saussure, fundador da
Lingüística estrutural moderna, à literatura. O estruturalismo,
como já se pode notar através da própria palavra, atem-se às
estruturas ou, ainda, ao exame das leis gerais que regem o
funcionamento dessas estruturas, e sua aplicação à literatura
requer um distanciamento da obra literária de questões
não-literárias, ou seja, extra-textuais. Em outras palavras, a
literatura não poderia deixar-se influenciar por questões que
estivessem fora da “estrutura”, que seria a própria obra
literária
O
Estruturalismo se baseou inicialmente nas ideias de Saussure; o
linguista considerava o signo como arbitrário e não relacionado ao
conceito, ao significado a que se referia. Pela forma que uma
sociedade em particular utiliza a linguagem e os sinais, o
significado era constituído de um sistema de “diferenças” entre
as unidades da língua. Significados particulares causavam menos
interesse do que as estruturas subjacentes de significação, que
tornavam o próprio significado possível, frequentemente expresso
como uma ênfase da linguagem. O Estruturalismo seria uma
metalinguagem, uma espécie de linguagem sobre linguagens, que seria
utilizada para decodificar línguas existentes, ou sistemas de
significação. O estruturalismo é uma atividade, sucessão de uma
certa quantidade de operações mentais. Partindo desse princípio, é
possível falar em atividade estruturalista, cujo objetivo seria
reconstituir um objeto de estudo. Por estrutura entende-se um sistema
abstrato em que seus elementos são interdependentes e que permite,
observando-se os fatos e relacionando diferenças, descrevê-los em
sua ordenação e dinamismo. É um método que contraria o empirismo,
que vê a realidade como sendo constituída de fatos isolados. Para o
estruturalismo, ao contrário, não existem fatos isolados, mas
partes de um todo maior. Assim, compreende-se que alguns fenômenos
podem ser explicados não pelo que deixam à mostra, mas por uma
estrutura subjacente; os fatos possuem uma relação interna, de tal
forma que não podem ser entendidos isoladamente, mas apenas em
relação aos seus pares antagônicos.
Por
outro lado, há o pós-estruturalismo, que aponta para um dialogismo
existente entre diferentes obras literárias, o que implica na
não-existência de um texto literário “autêntico” ou
“original”, pois todos os textos literários seriam tecidos a
partir de outros textos literários, no sentido de que um texto
influenciaria um outro. Toda literatura será, dentro dessa
perspectiva, intertextual. E a teoria pós-estruturalista aponta para
algo mais: tal intertextualidade se dará na mente do leitor e não
no autor, pois será o leitor que dialogará com o texto que lhe é
apresentado, estabelecendo relações com suas leituras prévias e,
assim, concretizando mentalmente a polissemia do texto literário,
portanto, aqui o leitor exerce um papel fundamental na própria
existência da obra literária.
Segundo
Roland Barthes, há algo que marcaria fundamentalmente a diferença
entre o estruturalismo e o pós-estruturalismo: o primeiro
focalizaria a “obra”, enquanto que o segundo focalizaria o
“texto”. O pós-estruturalismo aplica uma teoria da desconstrução
na análise literária, liberando o texto para uma pluralidade de
sentidos. A realidade é considerada como uma construção social e
subjetiva. Em contraste com o estruturalismo, que afirma a
independência e superioridade do significante em relação ao
significado, os pós-estruturalistas veem o significante e o
significado como inseparáveis. A desconstrução é um termo
proposto pelo filósofo francês Jacques Derrida para um método (ou
processo) de análise crítico-filosófica, incluindo a crítica de
certos conceitos (o significado e o significante; o sensível e o
inteligível; a origem do ser; a presença do centro; o logos, etc.)
que tal tradição havia imposto como estáveis.
Do
ponto de vista da análise textual, a desconstrução tornou-se
sinônima de leitura “fechada” de um texto (literário,
filosófico, psicanalítico, linguístico ou antropológico) de forma
a revelar as suas incompatibilidades e ambiguidades retóricas,
demonstrando que é o próprio texto que as assimila e dissimula. A
desconstrução é uma crítica ao estruturalismo. Se o
estruturalismo pretendia construir um sistema lógico de relações
que governaria todos os elementos de um texto, a desconstrução
pretendia ser uma crítica do estruturalismo, que não passava apenas
de um dos episódios da tradição metafísica ocidental que merecia
ser revisto. A desconstrução foi enquadrada no chamado
pós-estruturalismo, primeiro movimento de auto-crítica e depois
movimento de ruptura com o estruturalismo, e divulgou-se de forma
mais insistente nos meios universitários norte-americanos, onde
conheceu amplos debates nas décadas de setenta e oitenta, sobretudo.
Desconstruir
um texto é fazer com que as suas palavras subvertam as próprias
suposições desse texto, reconstituindo os movimentos paradoxais
dentro da sua própria linguagem. Derrida fez repensar de que forma a
linguagem opera. Desconjuntando os valores de verdade, significado
inequívoco e presença, a desconstrução aponta para a
possibilidade de escrever não mais como representação de qualquer
coisa, mas como a infinitude do seu próprio “jogo”. Desconstruir
um texto não é procurar o seu sentido, mas seguir os trilhos em que
a escrita ao mesmo tempo se estabelece e transgride os seus próprios
termos, produzindo então um desvio [dérive]
assemântico de différance.
Todo
o signo só significa na medida em que se opõe a outro signo, por
isso se pode dizer que é essa condição da linguagem que
constantemente diferencia e adia os seus componentes, que concede
significância ao signo. Estas teses foram consolidadas por Roland
Barthes, e sua teoria aproxima-se da de Derrida: a leitura crítica
de um texto literário não objetiva um sentido único, mas a
descoberta da sua pluralidade de sentidos.
Concordo
com Derrida, em sua perspectiva da desconstrução, e em sua ideia
de que o estruturalismo é apenas uma metodologia, e que ele não
pode se impor como uma verdade sobre a interpretação do texto,
sobre a forma do texto, pois penso que não é que as interpretações
sejam infinitas, mas que os contextos sejam. Um texto não se define
apenas pela sua forma, até porque o que adianta um texto que já foi
escrito, que adianta um livro na estante? Um texto se define não só
pela sua infinidade de interpretações, mas, principalmente pela sua
infinidade de conceitos.
Texto excelente, parabéns!
ResponderExcluiresclarecedor, muito bom a forma como voce expõe os conceitos.
ResponderExcluirvocê copiou, plagiou, a página da UOL, não citou o artigo que foi escrito em 2007, muito menos o autor.
ResponderExcluirhttp://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/estruturalismo-quais-as-origens-desse-metodo-de-analise.htm
kkkk... Nada a ver! Esse texto não chega a ser nem sequer uma paráfrase dos conceitos citados na página da UOL! Não tire o mérito da moça! Pra concluir todos esses conceitos de forma tão sucinta, você pode ter certeza que a última das fontes utilizadas foi a UOL! Se ela não quis citar fontes, deixe-a! Aqui não é nenhum trabalho acadêmico com ABNT!
ExcluirJá pensou que, talvez, ela simplesmente tenha estudado bastante o assunto e tenha suficiente conhecimento e competência para produzir um bom texto sobre? Que mania feia de subestimar às pessoas.
ExcluirParabéns! Sua contribuição foi muito boa.
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